Como usar o 13º salário de forma inteligente: dívidas, reservas e consumo

Publicado em: 01/10/2025 16:10

O fim do ano traz consigo não apenas festas e confraternizações, mas também o aguardado 13º salário. Para muitos brasileiros, esse dinheiro extra é um alívio, mas também um desafio: afinal, usar para quitar dívidas, reforçar a reserva financeira ou gastar com consumo? A escolha faz toda a diferença na saúde financeira ao longo do próximo ano.

O cenário do 13º salário no Brasil

Em 2024, o 13º salário injetou cerca de R$ 291 bilhões na economia, segundo dados do Dieese, beneficiando aproximadamente 86 milhões de trabalhadores. Para boa parte deles, é a principal chance de equilibrar as contas antes do início do novo ano.

Dívidas: o primeiro ponto de atenção

Se você tem dívidas em aberto (especialmente cartão de crédito ou cheque especial), o 13º pode ser um aliado poderoso. Priorizar débitos com juros altos significa economizar muito mais do que qualquer aplicação financeira renderia.

De acordo com o Banco Central, os juros do rotativo do cartão chegaram a ultrapassar 400% ao ano em 2024, o que torna a quitação dessas dívidas ainda mais urgente.

Reserva de emergência: segurança para o futuro

Se você já está com as contas em dia, uma alternativa inteligente é fortalecer ou iniciar sua reserva de emergência. Especialistas recomendam acumular de 3 a 6 meses de despesas fixas. Essa reserva pode ser aplicada em produtos seguros e de alta liquidez, como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária.

Apesar da importância, apenas 36% dos brasileiros investem atualmente, segundo levantamento da ANBIMA. A falta de uma reserva estruturada é justamente o que leva muitas famílias a recorrerem a dívidas quando enfrentam imprevistos.

Consumo consciente: sim, é possível

O 13º também pode ser usado para compras e lazer, mas de forma planejada. Antecipar despesas de início de ano, como IPTU, IPVA e matrícula escolar, é uma forma inteligente de utilizar parte do valor. Se optar por consumo, estabeleça um limite claro para não comprometer o orçamento futuro.

Como equilibrar as escolhas

Uma estratégia bastante eficaz é dividir o 13º em três partes:

  1. Dívidas (se houver, priorizar as mais caras).

  2. Reserva de emergência (começar ou fortalecer).

  3. Consumo planejado (lazer, presentes e despesas fixas de janeiro).

Assim, você equilibra responsabilidade financeira e qualidade de vida.

Conclusão

O 13º salário pode ser apenas mais um dinheiro que passa pelas mãos ou a oportunidade de transformar sua vida financeira. Priorizar dívidas, construir reservas e consumir de forma consciente é a chave para começar o ano com mais tranquilidade.